segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

The way she is.

     ~*  Tinha uma mente que maquinava ideias mirabolantes. As palavras ferviam dentro de si, e as poucas que saiam pela boca, ardiam os lábios. Aquelas que ficavam, transformavam-se em pedras, e pesavam. 
       Pode-se dizer que ela era feita de pedras. Tantas, que não se sabia se ainda havia espaço para algo mais dentro dela. Mas havia. Ainda tinha um pouco de fogo, terra e ar. Água não. Esta ia toda embora sob a forma de lágrimas incessantes e contínuas. Quem ama, sofre. E quem sofre, chora. Ela amava muito. Como alguém feito de pedra pode amar?
      Seu mundo era colorido, mas sem luz. Essa estava toda dentro dela. Os olhos tão negros como tudo ao seu redor. Audição e visão superdesenvolvidas, voz quase atrofiada. Os olhos escutavam e as mãos beijavam. Pura sinestesia. 
      Seu alimento era o sonho e seu meio de transporte, as nuvens. Seu Deus maravilhoso, seus caminhos incertos. ~*

3 comentários:

  1. Sabe, guria, acho que vários de nós endurecemos nessa caminhada que é a vida. E é necessário: como rochas, viramos nossos próprios escudeiros. Belo texto! Gostei.
    Um beijo!

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  2. Amei o texto, Rachel ! Muito lindoo ! *-*

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  3. Sinestesia que tormenta e envolve.

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